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A Verdade Oculta: Cannabis e o Tratamento do Câncer

  • Foto do escritor: Emsí
    Emsí
  • 3 de jul. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 22 de jan.


A Verdade Oculta: Cannabis e o Tratamento do Câncer

A Verdade Oculta: Cannabis e o Tratamento do Câncer:


O câncer é uma doença que afeta aproximadamente 40% das pessoas em algum momento de suas vidas. O tratamento convencional mais utilizado, a quimioterapia, muitas vezes não é eficaz e vem acompanhado de diversos efeitos colaterais debilitantes, como perda de apetite, náuseas, insônia e ansiedade. No entanto, um novo horizonte terapêutico vem se desenhando com a utilização da cannabis. Componentes dos extratos de cannabis, como os canabinóides e terpenos, podem oferecer uma alternativa para o controle desses efeitos colaterais e até mesmo contribuir para a redução de tumores.


O Sistema Endocanabinoide (ECS)


O sistema endocanabinóide (ECS) é um mecanismo de homeostase ancestral que regula o crescimento e desenvolvimento de diversas células e tecidos. Este sistema é composto por ligantes como 2-araquidonoilglicerol (2-AG) e anandamida (AEA), receptores como CB1 e CB2, e enzimas metabolizadoras como FAAH e MAGL. A disfunção do ECS pode resultar em proliferação descontrolada, invasão, inibição da apoptose e aumento da vascularização, levando ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer.


Cannabis e Carcinogênese


A pesquisa tem mostrado que os canabinóides podem atuar em vários aspectos da carcinogênese. Por exemplo, os canabinóides têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, e podem regular a migração celular e a apoptose. Estudos indicam que o ECS pode estar desregulado em muitos tipos de câncer, e essa desregulação pode tanto promover quanto inibir o crescimento tumoral dependendo do contexto celular e tecidual.

Efeitos dos Canabinóides no Câncer


Indução de Apoptose e Autofagia

Os canabinóides podem induzir a apoptose (morte celular programada) e a autofagia (degradação de componentes celulares) em células cancerígenas. Isso é mediado, em parte, pela ativação dos receptores CB1 e CB2, que desencadeiam uma série de respostas celulares que levam à morte das células cancerígenas sem afetar negativamente as células normais.


Redução da Inflamação

A inflamação crônica é um fator crucial na progressão do câncer. Os canabinóides podem suprimir a inflamação ao modular a função do sistema imunológico, diminuindo a produção de citocinas inflamatórias e promovendo um ambiente menos favorável para o crescimento tumoral.


Inibição da Proliferação e Metástase

Os canabinóides também demonstraram a capacidade de inibir a proliferação celular e a metastatização (disseminação) de células cancerígenas. Eles podem reduzir a invasão tumoral ao diminuir a expressão de proteínas que degradam a matriz extracelular, como as metaloproteinases de matriz (MMPs).


Efeitos Sinérgicos com Quimioterapia

Há evidências sugerindo que a combinação de canabinóides com quimioterápicos pode aumentar a eficácia do tratamento convencional. Por exemplo, a combinação de THC com temozolomida aumentou a sensibilidade das células de glioma à quimioterapia, e o uso de CBD mostrou potencial para superar a resistência ao oxaliplatina em células cancerígenas.


Uso Clínico de Cannabis em Pacientes com Câncer


Cuidados Primários

Embora haja uma vasta quantidade de dados pré-clínicos sobre as propriedades antitumorais dos canabinóides, os estudos clínicos em humanos ainda são limitados. Alguns estudos piloto mostraram que o THC pode reduzir a proliferação de células tumorais em glioblastomas, e há relatos de casos onde a administração de óleo de cânhamo levou à remissão de leucemia agressiva.


Cuidados Paliativos

A cannabis é amplamente utilizada para cuidados paliativos, ajudando a aliviar sintomas como dor, náusea, perda de apetite e ansiedade em pacientes com câncer. Estudos indicam que a adição de canabinóides ao tratamento convencional pode melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes.


Controle da Dor

A dor é um dos sintomas mais devastadores em pacientes com câncer avançado. Os canabinóides podem atuar como analgésicos eficazes, tanto isoladamente quanto em combinação com opioides, permitindo a redução da dosagem de opioides e, consequentemente, dos efeitos colaterais associados.


Náuseas e Vômitos

Os canabinóides, especialmente o THC, são eficazes no controle das náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, sendo frequentemente mais eficazes do que os antieméticos convencionais. Produtos como dronabinol e nabilona são aprovados para esse uso específico.


Estímulo do Apetite

A anorexia e a caquexia são problemas comuns em pacientes com câncer, e os canabinóides têm mostrado potencial para aumentar o apetite e melhorar a ingestão calórica, ajudando a mitigar esses sintomas debilitantes.


Ansiedade e Sono

A cannabis também pode ser benéfica para melhorar os padrões de sono e reduzir a ansiedade em pacientes com câncer, contribuindo para uma melhor qualidade de vida durante o tratamento.


Desafios e Considerações Éticas


Apesar dos benefícios promissores, o uso de cannabis e canabinóides no tratamento do câncer enfrenta vários desafios. Existem preocupações sobre a interação dos canabinóides com outros medicamentos, especialmente no contexto da quimioterapia e imunoterapia. Além disso, a variabilidade na resposta aos canabinóides, influenciada por fatores como idade, sexo e estado hormonal, requer uma abordagem personalizada.


Diferenças Sexuais na Resposta aos Canabinoides

Estudos indicam que há diferenças sexuais na resposta aos canabinóides, com mulheres apresentando uma maior sensibilidade aos efeitos do THC devido à ação de hormônios como o estradiol e a progesterona. Isso destaca a importância de considerar o sexo e o gênero ao prescrever tratamentos baseados em cannabis.


Acesso Igualitário à Cannabis Medicinal

Outro ponto crucial é o acesso equitativo aos tratamentos com cannabis. A falta de cobertura por planos de saúde e o alto custo das formulações de cannabis podem limitar o acesso para grupos de baixa renda e desfavorecidos. Além disso, o estigma associado ao uso de cannabis pode levar à discriminação e alienação dos pacientes, afetando negativamente seus resultados de saúde.


Segurança e Eficácia em Diferentes Idades

A segurança e eficácia do uso de cannabis em pacientes pediátricos e idosos ainda são áreas que necessitam de mais pesquisa. Enquanto a cannabis tem mostrado ser segura e eficaz em certos contextos pediátricos, como no tratamento de epilepsia, seu uso em oncologia pediátrica é controverso. Em idosos, a falta de estudos específicos torna difícil avaliar plenamente os benefícios e riscos.


Conclusão


A cannabis e os canabinóides oferecem um potencial significativo no tratamento do câncer, tanto para o controle direto do tumor quanto para cuidados paliativos. No entanto, é necessário mais pesquisa clínica para entender plenamente os mecanismos de ação, interações medicamentosas, e variações na resposta individual. À medida que a aceitação da cannabis medicinal cresce, é essencial que o acesso seja equitativo e que os tratamentos sejam baseados em evidências robustas, garantindo assim o melhor cuidado possível para todos os pacientes com câncer.

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